Ela
se desconectava depois de fazer amor, voltava a sua realidade, a verdade
feminina estampada em camisetas ou impressa em colunas feministas. Satisfeito o
seu libido, seus desejos mais carnais racionalizava sobre seu mundo dando as
costas aos parceiros mais banais, cafajestes e vamos lá pode dizer eram
inteligentes, porém, boçais. Mas ela era feliz assim não havia porque dizer o
contrário. Equilibrada e ciente de suas ações premeditava os passos alheios e
aceitava os flertes que lhe agradavam.
Nos momentos de fulgor os corações batiam ao
mesmo ritmo, os movimentos eram intensos imersos numa paixão forte e
instantânea, que findava ao deslizar do parceiro para o lado da cama enquanto
ela colocava o mais clichê dos pijamas.
E todas as noites eram assim gostosas, mas
superficiais no fim. Até que numa dessas madrugadas como um forte laço ela foi
abraçada. Com braços, membro, pernas ela foi envolvida num abraço de alguém que
dormia. Não queria acordá-lo então não se mexia, mas como não estava acostumada
com aquilo também não adormecia.
Pensou tanto no acontecimento que acabou
dormindo e acordou num doce momento; também o abraçara enquanto dormiam e seus
corações num mesmo ritmo batiam. A respiração dele em sua pele a fazia pensar o
quão bobo e sem sentido era tudo aquilo que lia e consequentemente fazia. Como
perder o momento em que o homem se mostrara mais sensível, de olhos fechados,
com seus braços em seu corpo, quanto mais ela se afastava, mais com aqueles
braços ele a apertava. Não era de todo o ruim ficar com o corpo dormente se
fosse por ficar embaixo daquelas pernas grossas, daquele homem forte.
Os braços dele em seu corpo impediam na de
sentir frio, a protegiam de seus pesadelos. A noite podia ser eterna se ambos estivessem
ali, envoltos naquele abraço que para ele poderia ser uma das coisas mais
singelas, mas que nela despertara algo que a muito não sentia...
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