quarta-feira, 8 de maio de 2013

A trégua.


“É evidente que o Deus me concedeu um destino escuro. Nem se quer cruel. Simplesmente escuro. É evidente que me concedeu uma trégua. No inicio, resisti a acreditar que isso pudesse ser a felicidade. Resisti com todas as minhas forças, depois me dei por vencido e acreditei. Mas não era a felicidade, era só uma trégua. Agora, estou outra vez metido no meu destino [...]” BENEDETTI, Mario. A trégua. RJ, ed. Objetiva,2007.

Não sei se foi apenas um sonho sem sentido, um momento de ilusão ou simplesmente um suspiro prolongado do meu inconsciente que me fez acreditar aquilo podia ser amor. Não sou uma descrente no amor. Acho que ele é sim para todos, mas sei que “agora” que não era a minha hora de senti-lo.  Talvez tenha sido só um ensaio de como seria se eu ele estivesse apaixonado por mim, apenas para eu saber como é ser amada e não saber o que fazer... Foi a primeira vez que desejei me declarar, abrir o meu coração e dizer mesmo que sem saber direito tudo aquilo que eu sentia.  Foi só uma falsa segurança o que ele me passava? Por que era tão especial se não era amor? Pra quê me olhar tão fundo nos olhos se não era amor? Deixar-me sem jeito com um sorriso se não era amor?  Será que ele estava com medo como eu?  Não tenho mais como saber.
Talvez como naquele romance o universo tenha apenas me dado uma trégua para eu descobrir que poderia sim tomar a iniciativa, definir a situação. Que não tem nada de mais em ser clichê e se mostrar apaixonada. Talvez não tenha sido o momento certo pra nenhum de nós porque não tive como olhar em seus olhos e falar tudo de fato, os desencontros foram muitos. Mas quem sabe não foi melhor assim. Eu não fiquei exposta e nem você teve que se manifestar sobre o que sentia. Ficaram só os momentos bons. Seu abraço forte de madrugada... Nunca vou poder entender os seus abraços, e nem esquecê-los. Você abriu uma brecha pra algo que eu já havia deixado de lado, numas das gavetinhas do meu coração. Não sei explicar o que é. Não sei também se acabou. Só o tempo saberia explicar. E é uma pena que não haja mais tempo pra nós.
Agora voltamos aos nossos destinos nem tão escuros como os de Benedetti, mas vidas reais e passiveis aos sofrimentos e também as alegrias. Aos desencontros e a possíveis amores. Como eu disse não sou uma descrente no amor. Só não entendo como cai na ilusão de que aquilo fosse amor.  Era só uma trégua.




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Um comentário:

  1. E se mesmo a trégua for uma forma de amor? O amor tem que durar pra uma vida pra ser amor? Quem inventou essas regras? Quem inventou o amor? haha, texto maravilhoso, tenho pensando cada vez mais que não existe isso de durar muito ou pouco, tudo dura e tem a intensidade necessária para que a gente aprenda alguma coisa, mesmo que a lição só venha a ser compreendida depois. E é isso.

    Lindo texto, lindo mesmo!!!
    www.eraoutravezamor.blogspot.com
    www.semprovas.blogspot.com

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