“É evidente que o Deus me
concedeu um destino escuro. Nem se quer cruel. Simplesmente escuro. É evidente
que me concedeu uma trégua. No inicio, resisti a acreditar que isso pudesse ser
a felicidade. Resisti com todas as minhas forças, depois me dei por vencido e
acreditei. Mas não era a felicidade, era só uma trégua. Agora, estou outra vez metido
no meu destino [...]” BENEDETTI, Mario. A trégua. RJ, ed. Objetiva,2007.
Não sei se foi apenas um sonho
sem sentido, um momento de ilusão ou simplesmente um suspiro prolongado do meu
inconsciente que me fez acreditar aquilo podia ser amor. Não sou uma descrente
no amor. Acho que ele é sim para todos, mas sei que “agora” que não era a minha
hora de senti-lo. Talvez tenha sido só
um ensaio de como seria se eu ele estivesse apaixonado por mim, apenas para eu
saber como é ser amada e não saber o que fazer... Foi a primeira vez que
desejei me declarar, abrir o meu coração e dizer mesmo que sem saber direito tudo
aquilo que eu sentia. Foi só uma falsa
segurança o que ele me passava? Por que era tão especial se não era amor? Pra
quê me olhar tão fundo nos olhos se não era amor? Deixar-me sem jeito com um
sorriso se não era amor? Será que ele estava
com medo como eu? Não tenho mais como
saber.
Talvez como naquele romance o
universo tenha apenas me dado uma trégua para eu descobrir que poderia sim
tomar a iniciativa, definir a situação. Que não tem nada de mais em ser clichê e
se mostrar apaixonada. Talvez não tenha sido o momento certo pra nenhum de nós
porque não tive como olhar em seus olhos e falar tudo de fato, os desencontros foram
muitos. Mas quem sabe não foi melhor assim. Eu não fiquei exposta e nem você teve
que se manifestar sobre o que sentia. Ficaram só os momentos bons. Seu abraço
forte de madrugada... Nunca vou poder entender os seus abraços, e nem esquecê-los.
Você abriu uma brecha pra algo que eu já havia deixado de lado, numas das gavetinhas
do meu coração. Não sei explicar o que é. Não sei também se acabou. Só o tempo
saberia explicar. E é uma pena que não haja mais tempo pra nós.
Agora voltamos aos nossos
destinos nem tão escuros como os de Benedetti, mas vidas reais e passiveis aos
sofrimentos e também as alegrias. Aos desencontros e a possíveis amores. Como
eu disse não sou uma descrente no amor. Só não entendo como cai na ilusão de
que aquilo fosse amor. Era só uma trégua.
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E se mesmo a trégua for uma forma de amor? O amor tem que durar pra uma vida pra ser amor? Quem inventou essas regras? Quem inventou o amor? haha, texto maravilhoso, tenho pensando cada vez mais que não existe isso de durar muito ou pouco, tudo dura e tem a intensidade necessária para que a gente aprenda alguma coisa, mesmo que a lição só venha a ser compreendida depois. E é isso.
ResponderExcluirLindo texto, lindo mesmo!!!
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