domingo, 11 de janeiro de 2015

Duas vidas que nascem


"Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher
sou minha mãe, minha filha, minha irmã, minha menina
mas sou minha, só minha e não de quem quiser
sou deus, tua deusa meu amor!! (...)
Alguma coisa aconteceu, do ventre nasce um novo coração (...)
Vamos descobrir o mundo juntos, baby
Quero aprender com teu pequeno grande coração
meu amor, meu amor..." 1° de julho
Renato Russo


Comecei a minha procura desesperada e profunda pela minha mãe. Não a mãe que me gerou, mas a mãe que meu eu está gerando e sei que essa busca ficará cada vez mais intensa nos próximos meses até que por fim eu possa parir essa mãe.

Eu mãe cresce dentro de mim, assim como esse outro alguém que não conheço o rosto, mas ja faz parte de tudo na minha vida.

Eu mãe com garras de leoa, com olhos atentos de coruja, que debruça sobre a teoria o máximo de tempo que ainda me resta antes de nascer (a mãe e a cria).
Todo o desconforto do meu corpo é a preparação para nossa chegada, para parir essa nova e imprevisivel vida (s), toda dor, toda descoberta, todo choro emocionado vai revelando aos poucos essa mãe em mim.

Eu mãe. Eu nova como nunca antes, que nunca senti um amor como sei que está nascendo em mim, que dá deus definitivamente a tudo que fui (verdadeiramente grata), que teansbordo aos litros e litros tudo o que a Raquel era para então renovar, renascer mãe.

É curioso experimentar de tudo o que essa vida pode oferecer, abrir a mente pra reflorescer sempre que houver oportunidade e ver o quanto senti nessa vida e cheguei a um ponto que só me restou querer sentir o mais intenso dos amores. Sim, foi uma escolha minha, um desafio proposto a mim mesma de ser mais intensa do que jamais fui, de sentir aquele amor que ao mesmo tempo que assusta completa como nada nesse mundo vai completar alguém e abrir mão de um caminho que era só meu e seguro para duas novas vidas (a mãe e o filho que se desenvolvem em mim), vidas que serão únicas, delicadas e fortes ao mesmo tempo, tentando desafiar o senso comum e toda a conversa que todos teimam em repetir.

Os que me dão conselhos, mesmo também  aqueles que já geraram alguém (s), não tem a menor ideia da revolução que acontece aos poucos dentro de mim, não quero ser mãe apenas. Quero ser mulher, filha, mãe, minha, quero sentir minha cria e acompanhar cada detalhe de como ela se desenvolve e ajudar a dar a vida a alguém que saiba do seu lugar, que entenda de empatia, que respeite e seja respeitado, que saiba do valor da vida. Quero nascer quando for parir, quero aprender com essa nova e pequena vida, quero criação com apego e enxergar o mundo com olhos completamente diferentes, de alma e coração limpos.

Entendam pq quero parir, pois quero nascer também! Vou nascer junto com meu filho.


***Pois é pessoas, esse é o motivo de eu estar sumida desde o ano passado... rsrs dois palitinhos azuis no teste de gravidez e ca estou eu lutando contra os enjoos, ou passando peo meu rito de passagem da velha Raquel pra Raquel Mãe. :)
Desejo a todos um ano intensamente bacana em todos os aspectos e que possamos ainda nos encontrar aqui, talvez com menos frequencia, mas sempre com a mesma vontade.
bjoss

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comenta aew! :)

leia também...

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...