segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Cinco minutos ( "I Dind't see it coming" )






Eu fui fechando os olhos devagar, enquanto nossos movimentos eram rápidos, você passou ágil pela minha blusa, pela minha saia, joguei sua camisa la longe, nem sei se respirava forte ou se pegava fôlego a cada cinco segundos, numa dança desajeitada nos jogamos na cama, dessa vez eu estava por cima. Tivemos uma breve discussão sem palavras, de gestos e olhares, sobre como abrir o fecho do meu sutiã e quando finalmente eu tomei atitude (em questão de segundos), respiramos aliviados, como quem sufocava ha tempos e de repente encontra o ar invadindo os pulmões. Como se todas aquelas roupas fossem barreiras esmagadoras e insuportáveis.
Mergulhei apressada nos seus lábios, como se esperasse por isso ha muitos anos encontrando com uma fonte de alívio. Sentia suas mãos apertando meu quadril contra o seu. Seus dedos brincando na pele das minhas costas.
Durante esse tempo (meses e meses que se passaram ou teriam sido anos?) pode até ser que tivéssemos nos conformado, nadando com a maré um pra longe de outro e nos distraído com muitas outras coisas no meio do caminho, mas era fato que nossos corpos estavam ávidos, sedentos, impressionados ao se tocar outra vez, ao redescobrir e continuar de onde tudo parou tão de repente...
Parei , talvez por três segundos, olhei bem nos seus olhos como se as palavras quisessem sair junto com os gestos e atropelando tudo, mas sua mão empurrou minha nuca na mesma velocidade dos nossos olhares se cruzando, viramos. Dessa vez senti o peso do seu corpo sobre o meu e seu cheiro inundou meu cérebro com aquelas lembranças boas, era quase uma fisgada de dor, se não fosse assim, real. Se a alma quis sair por uns instantes por não saber direito o que estava acontecendo, foi seu corpo sobre o meu que impediu.
Não parei como fiz em outras ocasiões, respirei fundo, seus lábios desciam pelo meu pescoço e encontravam antigos lugares, devo ter revirado os os olhos, quando finalmente senti vc dentro de mim. E por segundos ou talvez horas, anos, milênios...tudo ficou suspenso no ar, tudo se encaixou e explodiu, toda a razão evaporou, o mundo acabou, estilhaçou todo, todo, todo... E como se precisasse chover a muito tempo, dessas chuvas intensas de verão, que desabam fortes e quentes...choveu.
Tinha certeza que logo que acabamos você me olhou e ia perguntar: "O que foi?" (apoiado em uma das mãos,virado de lado, com o cotovelo encostando de leve no meu braço)
Eu estava prestes a responder: "Não faça perguntas tão complexas...", quando acordei da minha letargia e percebi que já tinha anoitecido e o trânsito ainda estava parado na Av.23 de maio, chovia de fato, estava quente e abafado também. Já era noite quando constatei que foi isso o que nos faltou e é uma pena a vida não nos permitir mais que se encontre novos caminhos por torpedos e mensagens...


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5 comentários:

  1. Bem, minha virtualíssima e lindona amiga, depois de ler atentamente este post, saio daqui com o cacete subtilmente a latejar...
    :)))

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  2. Às vezes fico em dúvida se é a vida que passa depressa demais ou se somos nós que a apressamos, talvez o tempo até queira parar de vez em quando, mas nós nem sequer percebemos.

    Beijão, Raquel.
    eraoutravezamor.blogspot.com

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