terça-feira, 26 de março de 2013

Metamorfoseei II



Eu assim de cara nua, de peito aberto, sem mais delongas, de cabeça erguida, de alma lavada, de mãos estendidas, coração na mão, cartas na mesa, alma nua e sem barreiras, escudo no chão, totalmente limpa, cercada apenas de coragem, olhando pra frente, nos seus olhos, se preferir.

Eu que meto os pés pelas mãos, eu que tenho marcas fundas, que consigo ser mais ácida e corrosiva do que pode parecer, eu que explodo e grito, dou risada sem parar, que debocho, que choro e xingo, inflamo e falo o que da na telha, não admito rédeas ou falsos sentimentos, eu que contei histórias até aqui, me perdi e me encontrei, me entendi e desisti de entender.

Eu que perdi tudo, que me despi assim que te vi, que me enrolei nas palavras, que tentei dizer o certo, que fiz tudo errado, que cai, levantei e que bati enquanto pude. Eu que mordia enquanto assoprava, escondia pra proteger, fingia que não pra não sofrer, escrevia e não mandava, que tanto fiz rascunho, que tanto deixei pra lá, que preferi assim, que vi acabar e desmoronar.

Eu que não tenho paciência, que ignoro, que fujo, corro com todas as forças tanto dos meus músculos quanto dos meus pensamentos, eu que fui tantas por tantas noites sem fim, que amei e desamei, que vibrei com o ódio, que inventava nomes, me escondia em Aline, Ludi, Julia, Alice, Renata... Eu que me diverti assim: sumindo. Eu que dançava e derretia na pista de dança com o olhar desdenhoso, que me encolhia na cama aos feriados chuvosos, eu que vi ele ir embora. Eu que amei de novo.

Eu que descobri que em mim havia mil e uma e ainda assim havia uma só, eu. Eu que sei que meu nome diz tudo e mais um pouco e por isso sempre o escondi. Eu que me justifico, que viajo e procuro equilíbrio, que briguei e nunca deixei de amar, que guardo tantos defeitos e erros e segredos. Eu que me acoberto, que me confundo com o que quis ser ou sou.

Eu que não consigo desviar da sua reta e não trago qualquer proteção.
Resolvi assumir.

Esse blog ta inevitavelmente entrando numa nova fase. Não pq deixei de ser uma mulher solteira que se mete em enrascadas aqui em sp (pq ainda sou exatamente isso rs), mas pq esse ano tem sido completamente diferente dos dois últimos (anos em que esse blog esteve a todo vapor), não sou outra, não deixei de ser, de agir, de dizer o que penso... mas a história se desenhou de uma forma em que se iniciou em 2013 - o ano fodedor hehe- uma novíssima fase, e eu sinceramente não faço ideia de como ele ficará.
Sei que essa nova fase merece nova apresentação da minha parte e então, depois de pensar muito, resolvi que isso seria representado dessa maneira, eu assumindo meu verdadeiro nome: Raquel.


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Um comentário:

  1. Intensidade, seu traço mais forte. Impossível ler algo assim e não se enxergar um pouco, é umas das coisas que eu mais gosto, encontrar-me nas palavras dos outros. Mudanças e novas fases são sempre bem-vindas. Sinto sua falta, Raquel. A propósito, nome lindo.

    Beijão.

    (Blog novo) semprovas.blogspot.com

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