sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Uma kitnet na Av. São João, uma manhã de sol e um amor de verdade


Tu E Ma Came by Carla Bruni on Grooveshark
E dai eu acordei com a luz do sol de uma linda manhã no meu rosto, respirei fundo, como que assustada, senti um peso de um braço em volta de mim. Abri os olhos, ressaca foi a primeira constatação e a segunda: não, eu não sabia onde estava e muito menos de quem poderia ser aquele braço branquelo em cima de mim.
Passeei com os olhos analisando o lugar em que estava. Uma kit com roupas e bagagens desfeitas para todos os cantos, uma prateleira cheia de livros, nenhum espaço pra achar o chão, edredom verde musgo, cheiro de perfume masculino (dos bons), minha bolsa com meus brincos e pulseiras num cantinho da bagunça, meus sapatos de poa perto da porta de entrada, nem sinal das minhas roupas.
Tentei buscar na memória de quem poderia ser aquele braço ou ao menos o que eu tinha feito antes de ir parar ali com o dono dele. Recapitulando os passos (e os goles): aniversário da Mulher do Reike, ela me ligou bêbada dizendo que quase ninguém havia lembrado da data comemorativa, me chamou para encontra-la na Av. Paulista, fomos para a Vila Madalena, ela (cambaleando horrores) pediu informação para um motoboy estranho que estava num canto escuro da rua e com um volume bizarro no meio das pernas e entre as mãos... Nos livramos dele e eu resolvi alcançar o grau dela de "alegria". Ok.. e o dono do braço?
Tinha uma leve ideia, que eu sabia que ia se desanuviar assim que me virasse, mas sinceramente queria ficar ali parada, estagnada, congelada naquele momento e fazer cortar para uma cena seguinte em que o assunto morreria...
Mas não era um filme, eu precisava saber que horas eram, onde estava, achar minhas roupas e sumir dali (sempre essa parte chata).
Então respirei coragem e finalmente me virei e encarei o dono do braço que estava na iminência de acordar.
E por um segundo eu perdi o ar. Diante de uma das imagens mais bonitas que já vi na vida de cabelos cacheados, rosto bem desenhado, cavanhaque, ele era simplesmente lindo, foi o tiro no escuro mais bem dado que eu havia disparado durante a madrugada. Queria ficar ali pra sempre vendo aquele cara que parecia um sonho.
Ele acordou e atras dele vi o relógio (maldito tempo marcado) 9:27 a.m. P.Q.P!! Finalmente vi minhas roupas jogadas ao chão do lado dele, sentei na sua cintura e abaixei pra pegar as peças, mas ele me segurou, olhou nos meus olhos (lindos olhos cor de mel) me deu um bom dia seguido de um beijo doce e irresistível, derreti. E voltamos a nos pegar animalescamente. E me lembrei da parte boa da noite, não como fui parar la, mas o que fui fazer la.
Eramos fisicamente perfeitos um para o outro, como almas gêmeas, como se nos conhecêssemos há anos, pq ele não enrolava com números que nunca me agradaram, pelo contrário, sabia exatamente o que fazer pra me deixar vertiginosa várias vezes seguidas. Nos encaixávamos perfeitamente bem naquele vai e vem sem conversa. Quando finalmente sossegamos ofegantes, ele me olha e diz: "Deita no meu peito!" (e o relógio me mandando ir embora...), ali eu me aninhei e fiquei, como se fossemos amantes ha milênios, sentindo aquela paz absurda que só uma paixão de verdade sabe transmitir num momento desses.
Depois conversamos, milhões de assuntos em comum, e ele não era só lindo, era também inteligente e engraçado, jornalista sarcástico (coisa que eu adoro em homens). Parece que falamos de tudo naquela manhã.
Finalmente tomei coragem pra me vestir e ir embora, levantei, peguei minhas roupas e dei risada, dizendo:
"Vc definitivamente não estava nos meus planos essa noite!"
"Pq?" - ele perguntou com aquele sorriso lindo.
"Minha calcinha é bege!!" (rimos)
"E mesmo assim conseguiu ser linda!"
Reparei e comentei dos seus livros na estante, alguns da minha área inclusive, discutimos sobre alguns intelectuais e eu vi que era perfeito de mais. Ele pediu meu número e eu neguei.
Amor de verdade e eterno existe, esse ai era um desses. Não queria que um monte de sentimentos mundanos me separasse dele, e isso era fatal se tivéssemos contato, pq todos os meus casos acabam de maneiras escrotas. Esse eu tinha que salvar, esse seria um final feliz para sempre. Ele não era um cafa naquele momento, queria deixá-lo nesse ideal, como devia ter feito com tantos outros na minha vida.
Nos despedimos no metrô com beijo demorado e relutante. Ele me deixou ir.
Amores perfeitos são aqueles que não acabam nunca, pq nunca começam de verdade!


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4 comentários:

  1. Ual, que texto lindo. Achei a perspectiva sobre o amor bastante interessante, qualquer uma no lugar dela teria ficado, e tentando ficar tantas outras vezes. Gostei mesmo, parabéns como sempre né Ludi, preciso mais nem falar, arrasou.

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  2. Haaaaaaaaaaaaaaaaaa, não acredito que tu negou seu numero de telefone :O
    LUUUUDIiiii!!!!!
    Todas nós queremos um romance desses perfeitos. Ti entendo.

    (Ps: vc com certeza deve ser gravado o bairro, rua e a casa, desse gostosão mora!) haha

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  3. Nunca começar
    é a melhor forma de terminar.

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  4. "Amores perfeitos são aqueles que não acabam nunca, pq nunca começam de verdade!" Sabe que desfrutamos da mesma teoria? Eu me aventurei de topar um relacionamento a distancia, pq o carinha se mudou. Sabe, tirando o sexo, tudo deu certo! Não brigávamos, não discutíamos, ninguém gritava, nossos pais não se metiam, ele não tinha ciúmes dos meus amigos e quando nos encontrávamos era só alegria. Não deu certo em partes. Foi o mais simples relacionamento, porém se fosse um 'normal' certamente não duraria a metade do que durou!

    Um beijo grande, acho que somos muito parecidas e adoro isso!!

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