quarta-feira, 17 de setembro de 2014

É isso aí, Raquel!





"Todo educador tem um pouco de Willy Wonka" - André Vilela

Recentemente trabalhei em uma exposição sobre futebol no SESC Itaquera, zona leste de SP (sim, perto do famoso estadio do itaquerão)  e passei por muitas situações de amadurecimento e surpresa. Tentava sempre puxar a atenção da molecada para a inclusão em todos os sentidos.
Um dia no meio do passeio com um grupo de crianças de uns 6 anos, eu pergunto " Pessoal, futebol também é esporte de mulher?"
E escuto uma voz respondendo " futebol é pra menina,pra menino, 'preto', branco, cego, gente de cadeira de rodas, pobre, rico...ah tia, futebol é pra todo mundo, ué!!"
E nessas horas que sinto que estou no caminho certo, que em nenhum outro lugar ia me sentir tão bem por participar de processos como esse, de educação, formação de um ser humano, reflexão como exercício.

O que mais adoro nisso tudo é a simplicidade com que a maioria dos alunos tem e a simplicidade de lidar com as ideologias e as coisas que endurecem o mundo. Vejo tanta intolerância por ai, oriundo da falta de reflexão. Basta que alguém estenda a mão e ajude a ampliar o horizonte de cada um, que tenho certeza que criaremos mais adultos pensantes e solidários.
O que falta é gente simples, gente que se coloque no lugar do outro, gente que pense "poxa, que óbvio, é direito de todos ter uma vida digna!".
Quando estou perto de crianças e adolescentes dispostos a ampliar os pontos de vista, sinto uma satisfação que não tem tamanho.

Sabe do mais curioso? 
É que a criança que me respondeu que o futebol era pra todos, era de um projeto social de Poá, leva uma vida cheia de desigualdades e ainda assim, ela mesma me puxa pra olhar com os olhos dela, os olhos da simplicidade, olhos humanos e doces.
Isso não tem preço.

Dai penso: "É isso ai, Raquel. Vc ta no caminho certo!"

Confissões de Bar no Face!

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