quarta-feira, 12 de junho de 2013

Lembranças de presente, assim são as dedicatórias!


Não se Esqueça de Mim by Nana Caymmi on Grooveshark
*sou brega, eu sei... escrevi ouvindo "Não se esqueça de mim" - com a Nana Caymmi <3

Sou saudosista por natureza, está em mim, no sangue, no DNA, sou SAUDADE toda, sou feita de lembranças e há quem descorde de mim, há quem diga que não vale a pena viver de lembranças, que a vida está la na frente. Mas eu digo que a história é mais que fascinante, é um baú de sentimentos que eu vivo querendo mexer. 

Se eu pudesse carregaria comigo um pedacinho de cada momento que foi especial, e o faço com frequência guardando souvenirs, tranqueirinhas, papéis de bala, bilhetes de cinema, papel de telefones, bilhetinhos curtos, deseinhos, guardanapos... mas a minha lembrança preferida é e sempre será a dedicatória.
Quando ganho um livro o que mais me agrada, sempre, é a dedicatória. Se vem sem qualquer rabisco, nem que seja a data e a assinatura de quem deu, já vou logo cobrando, afinal é a dedicatória que vai deixar aquele mimo aceso para sempre, não importa o que aconteça!

Do único relacionamento sério e duradouro que tive, não ficaram fotos, flores, roupas, bombons. Mas os livros e suas dedicatórias, essas ficaram. Essas ainda falam, ainda sentem, ainda amam e emanam carinho não importa se o tempo passou e varreu tudo, não importa se tenho ou não notícias dele, se restou algo daquele tempo...

Esse ano tive o prazer de ganhar e dar uma dedicatória. As duas histórias já passaram, as duas foram especiais, cada uma com seus detalhes e particularidades (guardadas as devidas proporções). A que ganhei me faz sorrir toda vez que pego no livro ( "As aventuras de Pi " ), me leva a refletir uma série de coisas, traz lembranças de meses tranquilos, de jantares, sorrisos, olhares, toque. Lembro de conversas, do silencio, do carinho no cabelo enquanto ele dirigia e eu ficava ao lado, com o olhar bobo, lembro da expectativa, de pensar com o que fazer com as mãos, do perfume, das mensagens trocadas, da sacanagem compartilhada...

E fico feliz de saber que pude fazer uma dedicatória e que em algum lugar dessa cidade grande, gelada e cinza, em algum apartamento cheio de garrafas de cerveja (a coleção que eu tanto invejei dele)... esteja onde estiver, pode passar o tempo que for e me levar pra muito, muito longe... o tempo pode me convencer que de fato não era pra ser, mas nada pode rasgar aquela página, aquelas lembranças, aquelas palavras simples, curtas, sinceras e cheias de significado.
Não sei se ele vai se lembrar do meu perfume, de tudo o que me disse, das cervejas que trocamos, daquela noite em que ele beijava cada parte do meu corpo e descrevia como foi a sensação de tê-lo visto pela primeira vez, se vai lembrar das sacadas, das horas de conversa, dos sorrisos, da minha "braveza", das estratégias pra sairmos juntos, das confissões, dos detalhes que ele teimava em dizer que eram "bonitinhos"...
Seja como for, daqui ha sete meses ou cinco anos, se abrir o livro que eu dei com tanto carinho, vai ter alguma lembrança minha, vai ter um pedacinho de mim. Quem é que vai dimensionar isso?

Dedicatórias são a maior prova de que os momentos e as pessoas que passam por nós valeram a pena! 
A sabedoria popular diz que a vida se completa e realiza quando se planta uma árvore, escreve um livro e tem um filho, certo?
Pois eu digo que pra uma vida ser completa deveríamos dar ao menos umas cinco dedicatórias e receber, nem que seja uma só! Dedicatórias são amor em palavras!

PS: dedico esse post as minhas memórias recentes que carrego com tanto carinho, uma pontada de saudade, uma pitada de tristeza, um bocado de gratidão... que carrego nessa alma do tamanho do mundo.

PS2: Feliz dia dos namorados pra vc que tem alguém e também pra vc que se tem e sabe que isso basta!

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3 comentários:

  1. Estou em um confronto entre livro digital e livro físico e você me fez lembrar de algo q o digital não tem: A dedicatória.

    Voltando ao post: Acredito que vc carregue ele a todo momento com vc... a gente sempre carrega.

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  2. Deu pra perceber e MUITO,o quanto você é saudosista mesmo. Cada detalhe revelado nesse post,fez surgir em mim,um pouco das suas emoçoes. Também sou bastante saudosista,o foda é que nem sempre lembro e guardo somente as coisas boas,as vezes num cantinho escuro da memória,uma lembrança que acaba com o meu dia,vem à mente. Mas aí,me foco nas boas memórias,e tento ficar bem outra vez. Porque como seria sobreviver sem as lembranças pra nos fazerem crer que ainda há a esperança de coisas boas a se viver?

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  3. E do que nós somos feitos? Pele, carne e ossos? Não, nós somos feitos de lembranças, o que seria de nós sem elas? Como nos reconheceríamos em meio a um mundo tão grande se não pudéssemos nos lembrar? Não é viver de lembranças nem tão pouco querer viver de passado, é ser feito disso, é matéria prima de nossa personalidade, é o que nos forma e desmancha também. Porque no final das contas estamos sós e o que resta são as lembranças, não é pra ser triste, é um presente e só.

    E quanto as dedicatórias, gostei do que falou sobre elas, nunca tinha parado pra pensar e bem, posso trocar a parte de "ter um filho" por "receber 5 dedicatórias" é mais fácil, rsrs.

    Texto lindo, como sempre e sempre. E estou com saudades da Senhorita "Ludi" que costumava aparecer sempre em meu blog.

    Um beijão, querida saudosista.
    www.eraoutravezamor.blogspot.com

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