quinta-feira, 17 de maio de 2012

Alice e o Chapeleiro!

Tears Dry On Their Own by Amy Winehouse on Grooveshark


Conheceram-se em um outubro qualquer. Ela odiava ele, ele tinha certeza de que era maluca. Com tantas diferenças o impossível aconteceu, tornaram-se amigos. A amizade cresceu e com ela os planos, as afinidades, o jeito bizarro de olhar e sorrir. Criaram códigos, códigos que só eles entendem. Todo mundo jurava que tinham um caso, Alice não tinha certeza disso e o Chapeleiro descartava totalmente a hipótese.
Alice e o Chapeleiro conviveram por anos nesse companheirismo cativante, nas conversas deles e só deles e de mais ninguém, com as implicâncias infinitas, nas palavras sem vergonha que ele dizia pra ela e no desafio que ela propunha toda vez que ele falava.
Abraços demorados e olhares de tirar o fôlego, dezenas de oportunidades, bizarrices e nunca ultrapassaram a linha tênue da amizade.
O Chapeleiro queria os prazeres da carne, apesar de admirar aqueles lindos olhos azuis.  Alice, por sua vez começou a amar e se fudeu, pelo menos é o que todos os seus amigos dizem quando ela tenta explicar que seus sentimentos atravessaram a barreira do tempo.
Alice sempre reafirma que nunca quis compromisso, só queria sempre o sorriso e o olho dele no dela, mas o Chapeleiro nunca conseguiu compreender isso.
Alice declarou seu amor, o Chapeleiro desapareceu. Um ano se passou e por algum motivo sentiram saudades.
Marcaram de se reencontrar, ali, naquele mesmo lugar, talvez na mesma mesa que compartilharam planos para futuro, sonhos e viagens. E por essa ligação estranha que eles tem conversaram e se comportaram como sempre fizeram, parecendo que foi ontem que tinha se visto com os mesmos olhos brilhantes e  cumplicidade de sempre.
Saíram dali meio sem rumo e sem dizer muita coisa. O Chapeleiro pegou na mão de Alice e a levou para longe, ela só sentiu os olhos lindos dele nos dela e foi com ele sem pestanejar. Com toda urgência de concretizar o sonho dela e vontade dele.
Tocavam-se desesperadamente, sem medo, sentindo que o depois não importava que o mundo acabasse, os dois separados não tinha muito sentido mesmo.
Um percorria o corpo do outro, aproveitando e admirando cada detalhe, de vez em quando trocavam olhares tímidos que pareciam reacender todo aquele desespero, toda aquela dança maluca. Amaram-se, marcaram-se, sem pudores, sem pensar no que seria depois. Cansaram e sem fôlego adormeceram.
Alice despertou, olhou pra ele e sorriu. Saiu do seu abraço, tomou uma ducha e trocou de roupa. Voltou para o quarto e quando pegava suas coisas ele despertou.
Ele a olhou com o olhar de sempre e sorriu, ela sorriu de volta.
- E agora?
- E agora o que? Fica tranquilo não vou te cobrar nada, com você sempre vivi de bons momentos e basta.
- (ele sorriu). Não é sobre cobrança, você sabe que eu sempre faço tudo errado.
- Eu sei, mas eu aprendi a disfarçar muito bem.
(Alice sorriu, o beijou e saiu rumo a porta.)
- Já vai.
- O que? Quer tomar café ou uma xícara de chá ? Sabe que te conheço e não combina com você. Tchau, adorei te rever.
(ele sorriu novamente e ela sorriu de volta)
- Eu também, precisamos marcar mais vezes.
- Quando quiser é só me ligar.
(ela foi embora e ele ficou pensativo, os dois passaram o dia com um sorriso bobo no rosto).

Ela sabe que ele não vai ligar, ele sabe que vai sumir por uns tempos. Ninguém entende, (mas dane-se!) se ninguém entende ! A vida não precisa de explicações. Desse sentimento confuso e louco que eles têm quem sabe são eles e ninguém mais.






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