terça-feira, 15 de novembro de 2011

O Pato

Foi assim...

Num belo dia de sol, minha adorável amiga Ludi me convidou para passear e ver o lindo por do sol no Parque do Ibirapuera.

Estávamos empolgadas! Parecia que naquele dia nada daria errado!
 

 Parecia...

Marcamos em frente à estação brigadeiro do metro, como de costume. Chegando lá, ela me falou que precisaria ir ao supermercado Pão de Açúcar pois precisava comprar um troço.

Fomos descendo a Rua Brigadeiro, como é conhecida. Eu, já louca para sentar, porque sedentário é uma bosta, com os “pé” doendo, insistia para que fôssemos rápidas.
Quando chegamos ao Pão de Açúcar ela me contou o motivo da necessidade de pararmos naquele mercado:
 

“Cara, tomei o vinho que minha mãe ganhou de aniversário de um amigo. Preciso repor antes que ela perceba.”

Ah! Tudo bem...era só procurar o vinho e...

“Put@ que pariu! Setenta conto o vinho! E agora? Mano...fudeu! Não dá, muito caro!”
Tentando ajudar, eu disse:

“KCT hein? Porque foi tomar o vinho da sua mãe?? É bom pelo menos?? Pelo preço tem que ser
uma maravilha! (Ela disse que era muito bom!) E agora? (Pensando...) Ahh! Compra um outro! Ela nem vai perceber! (Óbvio que vai notar, já estávamos querendo chamar a mãe dela de burra, cega e louca, né?)”

Bom...olhamos (in)cansavelmente todos os vinhos daquele budega.. Todos caros! Nossos olhos brilhavam nos chapinhas, são tomés da vida!

Foi quando eu vi um que parecia com a garrafa desejada, até o rótulo era parecido! Nem pra ela guardar a garrafa! Era só molhar o rótulo, esquentar, rezar, jogar poeira dos Andes que ele sairia e daria pra trocar. Mas...ela não guardou... :-P

Vi então o parecido: “Periquita”. Tá gente, o nome não é dos melhores, mas dá pra enganar...

“Ah! (kkkkk) Não vou levar um vinho com esse nome! Haahauhauha”
“Mas dizem que é bom! (ahuahuahau)”
“Não gosto de Periquita, quem gosta é você...(kkkkkkkk)”

Dã...tá...Ela acabou ficando com o Reguengos (um nome muito suspeito também), e não quis dar periquita para a mãe dela.

Dias depois aconteceu o seguinte:
Testemunho da Ludi

“eu tava antes do almoço, la na cozinha (enqto ela preparava) rondando ela e tals, dai eu disse: "ai q vontadade de tomar um vinho antes de comer...ia bem né mãe?"

dai ela: "ai se ia...pena q não tem mais nenhum no armário"

"eu tb to com vontade... =\"

dai eu ia sugeri p ela lembrar do vinho dela, mas achei q ela pudesse lembrar q a marca n era a mesma

dai fiquei quieta , fui la de madrugada e roubei o vinho dela
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk


Voltando...descemos e chegamos ao Ibirapuera.

Daí, eu tava louca pra sentar já desde que saí do metro, beleza...a Ludi ainda me fez andar uns 30 minutos dentro do parque porque queria sentar num ponto estratégico perto do lago pra ver o sol se
por.

Ai...tá...andamos, andamos, andamos...

“Tá chegando?”, eu.

“Não! Falta metade do que já andamos até agora!”, Ludi.

“Ai...vamos ao banheiro então...!”, eu.

“Tá...”, Ludi.

Entrei no banheiro, me deparei com uma senhora da limpeza lavando o banheiro, ouvindo uma moça com voz de tele-sexo e o Lombardi, rezando o terço com fundo musical! Aff...

“Aaave Mariaãã...cheia di graçã! O Senhor é convoscoã!...” enfim...

Andamos, andamos, andamos...e finalmente chegamos.

Lembrei que havia esquecido de pegar uma canga, minha calça limpinha se abraçou com a grama e a terra do parque...(trauma de grama).

Ah sim, antes de conseguirmos sentar aconteceu o seguinte:

“Aqui tá bom né? Embaixo da árvore, sombrinha...!”, Ludi.

“Nossa! Que cheiro de merda!”, eu.

“Ai...verdade...vamos mais pra lá!”, Ludi.

Andávamos e só víamos coquinhos e caquinhas!

“Velho! Isso é de cachorro? Bando de donos porcos que trazem os cães pra cagarem onde vamos
sentar...”, eu.

“Não meu...acho que são esses patos!”, Ludi.

“Isso é um pato? Pato não é pequeno?”, eu (ignorante no mundo dos penosos).

“Parece ganso, mas o bico é diferente, e é cinza...!”

“Tá vamos sentar, sei lá se é pato ou não, eu chamo de pato!”, Ludi (ptchiu, patada em mim) haha
sacou? “patada”? Ahahaha tá...não teve graça...

Sentamos!
Aleluia! Amém! Axé! Nossos pés agradecem!

Eu havia comprado uma salada de frutas e um lanche no mercado e a Ludi um daqueles docinhos azedinhos, que parecem minhocas, finny...acho que é isso.

Não deram 10 minutos que havíamos nos abundado, um casal, julgo eu que fosse, de patos vem em nossa direção.

Eu apavorada como sou:

“Aiiinnn Ludiiiinnn...ele tá vindo perto de mimmm!”

“Relaxa! Não vão chegar perto!”

E os patos se aproximavam...

“Xô! Passa pato! Sai daqui!”, Ludi.

“Cara, vamos levantar! Porr@, só porque acabei de pintar minha unha!”, Ludi.
Sim, ela tava pintando a unha no parque.

Saímos de lá e fomos perto de uma árvore. Que era um dos poucos lugares que não tinha cagadas de patos.

Sentamos. Ludi quase me mata:

“Nossa! Tem um sbrãblous astréblous!”

“O quee??? Pato??? Onde??? Atrás de mim????”, eu.

“Nãoo...rs Pintei meu pé todo!”, Ludi.

Mas aquilo foi uma premonição minha, não somente um sinal de surdez, eu sabia, inconscientemente, que logo mais eles atacariam.

Daqui a pouco estão eles de novo, atrás do finny da Ludi.

Fomos obrigadas a levantar (novamente) e sentar em um banquinho. Desistimos.

De repente olho pra trás, próximo ao encosto do banco, do lado em que Ludi estava sentada e:

“Quéé!”, pato.


Kkk... Dançamos em volta daquele banco com os patos por vário minutos, quase a brincadeira das cadeiras. Eles nos seguiam e nós fugíamos.

As pessoas passavam e falavam frases de conforto:

“Eles não fazem nada!”,

de amor:

“Que paixão, hein?”,

outras óbvias:

“Eles querem o que vocês estão comendo!”,

outras só passavam e riam, vigorosamente.

Sei que no final acabamos amigas daqueles penosos, sentimos a tristeza de dar adeus a eles e o pôr do sol mesmo...esse não vimos, porque Ludi esqueceu que ao longo do ano a Terra muda de posição e o sol não se pôs ali na lagoa para contemplarmos.

Fim.


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