segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Sobre mãos e pernas




Não ia ser legal se nossas mãos se juntassem e formassem um laço, uma chance e um começo? As pernas virariam um nó, tipo um ninho, em que se confundisse o meu e o seu e o nosso e o novo... Se essas mesmas mãos se juntassem num passeio, ou que uma delas pousasse na coxa durante uma viagem de carro (distraída). Que essas mãos se procurassem no escuro e acabassem por entrar outros lugares também de pele, alma e suor. Que essas mãos se juntassem durante tempestades, agarrando cada vez mais forte quando houvesse medo e uma outra firme, sem soltar nem por um segundo. Que essas mãos fizessem rir de cócegas e também que fossem amigas. Que fossem pontes, extensões e mesmo em dias escuros e confusos, mesmo que afrouxassem por instantes, jamais deixassem de se tocar. Que essas mãos juntassem taças, brindassem acontecimentos ou simplesmente bridassem estarem entrelaçadas. Que essas mãos puxassem um ao outro pra frente, que girassem e confiassem. Que essas mãos se estendessem em abraços sem fim.
E que essas pernas (minhas, suas, minhas e suas, nossas) trilhassem caminho lado a lado, se confundindo no meio, grudando de suor quente ou ficassem bem perto em dias frios  e trêmulos. Que essas pernas seguissem, mostrassem, descansassem uma em cima da outra ou ficassem pro ar, juntas. Que engajassem uma na outra como engrenagens em movimento e logo em seguida ficassem bambas. Que essas pernas dançassem juntas até de madrugada ao som de um jazz ou que (lado a lado) caminhassem nos corredores difíceis da vida, desses que ninguém quer apenas um par pra completar a passagem.
Que essas mãos e pernas tentassem, cruzassem.  

Seria legal essas mãos e essas pernas dispostas dia após dia e noites também?
Não importa o tamanho do caminho que farão juntos, essas mãos e pernas tranquilas e despretensiosas se juntam e aproveitam até aqui.

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