sábado, 6 de outubro de 2012

Parece fim de ano, mas é triste.




Why Does It Always Rain On Me? by Travis on Grooveshark

"É evidente que Deus me concedeu um destino escuro. Nem sequer cruel. Simplesmente escuro. É evidente que me concedeu uma trégua. No início, resisti a acreditar que isso pudesse ser a felicidade. Resisti com todas as minhas forças, depois me dei por vencido e acreditei. Mas não era a felicidade, era só uma trégua. Agora, estou outra vez metido no meu destino. E ele é mais escuro que antes, muito mais" - trecho do livro "A trégua" de Mario Benedetti

Eu nunca quis que você fosse embora, muito menos quis que essa decisão fosse minha. Não queria ter de escolher entre eu ou você, porque sempre soube que teria de sacrificar um e metade do outro pra virar a página. Só que eu sabia que essa hora chegaria.
Era como se estivesse vivendo uma fase boa que nem era minha, era como se eu soubesse que estava dando uma de "joão sem braço" com a minha própria vida, a todo momento me fingia de louca ou que simplesmente não estava ali, quando estava na verdade aproveitando cada segundo.
Sabia que um dia a vida me acordaria desse sonho bom.
Tem dias que consigo não pensar e tem aqueles dias inevitáveis em que eu queria estar vivendo nosso começo e não esse silencio do final. Aqueles dias em que me lembro da sua voz, do seu olhar aparecendo (austero) no meio das luzes piscantes e da multidão, das suas mensagens toscas (sério, sou uma ridícula!), do seu sono (e do seu ronco), de como você lidava com o meu jeito "ogra", como parecia gostar do meus maus modos e de toda a espontaneidade... 
E eu que me gabei tanto de que  'mudar' era o combustível da vida, me vejo olhando pra trás agora. 
E eu que achei que era a pessoa mais forte e desapegada do universo, eu que fiquei famosa por pregar no facebook que "quem vive de amor é dono de motel", aquela que saia todos os finais de semana, badalava geral, sempre pra cima, sempre querendo uma pista de dança, acordando em lugares estranhos, deixando nomes falsos e saia sorrindo... eu era essa. Mesmo sem nunca ser sua, só pelo fato de não te perder de vista, era o que me dava força, era alguém por quem eu fechava os olhos.
A trégua acabou e eu me sinto cansada, sem ânimo, sem saco, sem vibe. Já não anseio mais pela pista de dança, por garrafas de cerveja, por bolar frases capciosas, já nem tenho mais vontade de ser grossa, já não tenho mais sede das coisas novas porque me sinto parada no vazio. O ano vai acabar e eu não sonhei mais, nem sequer fingi pra mim mesma que desapego é fundamental.
Bem que minha avó dizia: "Saco vazio não para em pé!".

triste.
:(



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2 comentários:

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