A tristeza

Ah... as vezes ela vem assim, sem dizer oi e nem porque está aqui, mas ela vem e pode demorar, mas sempre dá o ar da graça.
Nem sempre a presença dela é de se arrasar, nem sempre só me traz mal. Acho que aprendi a dar boas vindas quando ela vem assim branda, sem pretensão, quando ela parece mais é uma companhia do que uma coisa ruim. Ela está aqui esses dias, sem motivo, sem me dar muita bola, parece estar ali no canto do meu quarto, só observando, só trocando ideias comigo, me perguntando se sei o motivo de estar aqui agora.
"Não, não sei!" respondo pra ela, e é verdade, não sei.
Ela me olha com a cara mais cínica, o mesmo cinismo que aprendi com ela mesma, e diz que eu sei muito bem o motivo de sua mais nova visita.
É, talvez eu saiba, mas de que adianta tentar desabafar com ela, não importa o quanto eu tente falar ou até mesmo o quanto eu tente esconder, eu sinto que sou um ser completamente transparente na sua frente, incapaz de fazer qualquer jogo, ela rouba esses meus encantos e eu desisti ha muito de fazer qualquer tipo, no fim isso é bom, criamos certa intimidade. Ela diz que minha cara de susto é impagável quando olha bem nos meus olhos e diz que temos intimidade... ela sabe que fujo disso a qualquer custo, só não soube fugir dela, nunca.
Ela zomba da minha cara, diz que se diverte quando me assiste vestir outros nomes, outras caras pela madrugada, diz que no fundo faço isso por ela. Mas ela sabe que não é verdade...Ela sabe que eu sei me virar mto bem sem ela por perto. Acho que nem ela me entende muito bem na verdade. Não entende os caminhos que eu faço, os lugares por onde ando e o fato de eu não criar laço algum.
Já está acostumada e já conhece cada nome meu, sabe onde me achar, sabe que ela depende de mim e desses caminhos que nunca vai entender pq faço e onde ou com quem aprendi!
As portas estão sempre abertas, e hoje eu sei que é melhor recebê-la bem do que fingir que não estou em casa. Hoje ela veio me ver .Conversamos.