quarta-feira, 3 de setembro de 2014

#HASHTAG#



Em meio a todos esses aparatos tecnológicos que ligam as pessoas, nos fazem interagir, no aproximam e tudo mais, eu, pequena pessoa nessa imensa rede, tenho a necessidade de me sentir sozinha. Me consumo nessa angustiante regra de responder todas as mensagens, ver todos os vídeos e ter a desagradável sensação de estar presente. Sim, estar presente. Esses aplicativos todos que existem e se impõem em meu convívio social me fazem participar indiretamente da vida de todas as pessoas que conheço, e isso é terrivelmente frustrante porque tudo é compartilhado, mas de forma irreal. Maluco é ouvir amigos (ouvir... ler né!) que não vivem mais sem isso ou aquilo, que se não tirar "fotinha" é como se não tivesse ido. 
 As conversas de bar estão previsíveis e não há mais olho no olho, ao invés de rir da conversa ou do tropeço, você ri e posta...  Cada passo que dou com meus amigos recebe 5.000 curtidas e meu celular avisa cada novo amor ou desamor alheio. 
Gostou de ser ausente,  de ouvir de fato as novidades  e ter a liberdade de sumir por uns tempos.  Tenho o hábito de enjoar das pessoas, de todas sem exceção. Não por maldade, talvez seja a idade, o signo, sei lá, gosto de sentir que estou sozinha, apenas com meus pensamentos, sou assim.   Eu estou com saudade disso. Saudade também de quando bastavam os pequenos grupos, os verdadeiros amigos, as rodas de conversas. Quando não existiam tantos críticos de arte, chefes de cozinha, fotógrafos e mestres cervejeiros. 
Ando pensando se toda essa parafernália que vendem e inventam por aí liga mesmo as pessoas... Enfim, se repentinamente eu sumir, não precisam me cutucar, fazer o meu celular sambar com um milhão de mensagens, porque não é nada pessoal, raiva, depressão, desamor, recalque (sim eu disse recalque!)... é só meu corpo exigindo um tempo pra mim. No meu mundo real.



Confissões de Bar no Face!

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