Como te odeio! Fiquei a sua espera esse
tempo todo, atrás dos melhores lugares pra ficarmos, procurando dias
ótimos pra gente curtir, pra ver o nascer e o pôr do sol em dias só
nossos e você nada!
Como te odeio! Nem pra ter o mínimo de
ousadia nessa coisa medíocre a qual você chama de vida pra poder se
libertar dessas amarras imbecis que a sociedade lhe impõe e que você
de forma tosca aceita e acha certo, lindo e MORAL! Pegue toda essa
moral hipócrita e vá dividir bancada com jornalistas fascistas.
Como te odeio! A vida é tão bela e
você simplesmente pegou um belo balde de tinta cor cinza e jogou nela quando
poderia desenhar uma aquarela, um mundo multicolor, um céu de
brigadeiro, uma noite com uma lua fascinante, árvores que dariam os
mais belos frutos...
Como te odeio! Você preferiu ficar no
conforto da barra da saia da mãe ao invés de sair e sentir a brisa
no rosto, sentir o mundo, respirar o mundo, transar o mundo, dançar
o mundo. Você se utilizou de uma covardia que nunca esperei de
você.
Como te odeio! Sempre te amei e desde
sempre achei que mudaria junto comigo. Tá certo que quando mais
jovem ainda te perdoava pelo medo, embora mesmo assim inaceitável,
mas agora é inadmissível tal atitude, esperava eu que seus medos
tolos tivessem ficado na infância ou na fase tola que sempre temos, mas pelo jeito você carrega até hoje, infelizmente.
Como te odeio! Você nem ao menos
tentou provar do mel nem do fel que o mundo lhe oferece, alegou
loucura minha, que eu deveria ser mais sensato... Ora, sensatez quase
nunca fez parte do meu vocabulário e você sempre soube disso. Levo
a vida da forma que me surge, pois vida pra mim é você levantar da cama e decidir o seu destino naquele exato momento. De de repente fazer uma viagem do nada, ou ficar em casa vendo tevê,ou quem sabe tomar um sol na praia ou no parque quando deveria estar no trabalho. Isso sim eu encaro como vida e não essa coisa
cronometrada baseada na hora pra levantar, trabalhar, pagar contas,
dormir e definhar “escrotamente” numa sala cheia de livros, com
óculos na ponta do nariz e achando que tem a genialidade de Clarice
Lispector sem nem ao menos saber como que é o calor do sol lá fora,
do outro lado da janela de sua biblioteca pessoal.
Como te odeio! Sempre sisuda, sempre
rigorosa, sempre metódica... será que um dia abrirá um sorriso?
Será que um dia saberá o que é gargalhar? Nem sei o porque te amei
tanto tempo assim sendo que nunca tivemos NADA parecido. Pois é, coisas do
CORAÇÃO que certamente você não entende o que é.
Eu te odeio por tudo isso, mas te odeio
principalmente por escolher segurar a mão da certeza da vida sólida
a escolher segurar a minha.Confissões de Bar no Face!
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