Eu
em muitas ocasiões já
me peguei pensando: Quantas pessoas de importância ímpar eu deixei
passar na minha vida até agora em função disso? Talvez um amigo
que atravessaria
eras comigo, talvez a mulher de minha vida, talvez alguém sem muita
importância, talvez a pessoa que iria mudar também, de uma outra
forma, definitivamente o rumo das águas.
Mas
o mal principalmente de nós, moradores de grandes cidades, está em
transformar todas essas pessoas em extensão da paisagem cinza desse
ambiente que vivemos sem nem ao menos ter a vontade de saber seus
pensamentos políticos, seu time de futebol, seus medos, seus
anseios, e por assim ficamos. Tal como fazemos com moradores de rua
que nem sequer conseguimos mais sentir piedade deles, ou talvez porque
esquecemos o que é isso.
De
certo também não incentivo, sob a égide da prudência, sair
falando aos montes com aquele que nunca vira antes, em função risco
que presumo que saibam, porém também não sejamos como engrenagens
que tem contato apenas com seu entorno e nada mais, ou às vezes nem
com seu entorno, já que no meu caso, por exemplo, não conheço nem
meus vizinhos de porta o que pra mim é desesperador.
E
se aquela pessoa não mais aparecer? Sim, se de repente você já não
mais vê-la? Vai se perguntar o
porquê de
sua ausência? "Será que mudou de emprego? Será que conseguiu
um...?" ,"Será que mudou de cidade?
de
bairro?", “Será
que se casou?”,
“Será
que já não existe mais em vida?”
ou pior de tudo, notará
que ela já não cruza mais seus caminhos ou que um dia ela existiu?
E
porque esse comportamento se repete cada dia mais com mais
frequência? Estaríamos supridos de pessoas em nossas vidas e em
função disso a carência já não existe mais? Pouco provável. As
redes sociais estão ai pra mostrar ávidas pessoas que necessitam de
uma conversa, de uma companhia mesmo que pela luminosa tela do
computador. Mas
o que mais me intriga, e que talvez eu esteja ficando velho pra
entender esse pensamento, é essa busca por pessoas que é cada vez
mais virtual e menos pessoal, física, do olho no olho, isso no meu
pensamento, talvez arcaico, só me faz crer que as relações sociais
e afetivas estão cada vez mais distantes, frias, em cidades cada vez
mais frias.
Estamos cada vez mais “entocados”, tomando menos sorvetes na rua, menos sol no parque, na praça, na praia, jogando menos bola nas vielas, rindo menos... Em suma: Diminuindo bruscamente um ritmo que me soa muito saudável.
Mas quem sabe os tempos sejam outros? E diante dessas questões me pergunto: Estou ficando velho? utópico pros tempos atuais? ou será que estou ficando humano?
Confissões de Bar no Face!
Eu Sabia que tinha um toque masculino nesse texto.
ResponderExcluirNa maioria das vezes que venho aqui encontro os textos da Ludi. Mas ler o seu, logo pensei: É um homem hehehe
Sobre o post: Eu Acredito que tudo leva a desumanização.
É muito mais comodo tomar soverte com os amigos no skype ( hahaha)
Acho isso um tanto triste.
Toda essa tecnologia anda me fazendo mal. Por conta disso fugo dela, começando pela celular ainda em JAVA sim.. em java não tenho whatsapp entre outras coisas kk
Terminei um post agora pouco que é uma junção do seu pensamento!...
Olá, Natalhia! Sim tem um ser masculino escrevendo por essas bandas hahaha. Mas nós raciocinamos de forma tão semelhante que às vezes só da pra se distinguir um texto do outro pela forma da escrita de cada um que é muito peculiar. rsrs.
ExcluirE sobre o Post eu luto e reluto contra a ideia da desumanização das pessoas, mas não posso deixar de concordar um pouco contigo. É triste e cômodo de fato e essa comodidade está sendo o câncer da sociedade moderna. Todas essas ferramentas tecnológicas como a internet que poderíamos utiliza-la para melhorar nossas relações sociais, quebrar preconceitos, conhecer melhor o diferente, o outro, é cada vez mais utilizada para o culto de si e do ódio ao próximo. Mas ainda tenho um pouco de fé na humanidade, um pouco,mas tenho. rs
Muito bom o texto, identifiquei-me com suas palavras!! Esses dias voltando do trabalho comecei a rir da brincadeira de 3 amigos no metro, comecei a conversar com eles e fico sabendo que eles trabalham no ramo que sou formada, em suma, o que iniciou com uma risada, resultou no envio do meu CV para uma empresa...esse ocorrido me fez lembrar quantas vezes tive vontade de rir, interagir e não tive coragem...sinto que a família, a sociedade e n'os mesmos colocamo-nos travas, que impedem esse contato humano tamb'em, não s'o a tecnologia...e isso nos impede de conhecer o novo, de nos lançar a novas oportunidades, propostas enfimmm...vlwwww
ResponderExcluirMuito obrigado pelo elogio... Esse episódio que você vivenciou foi o que me motivou a escrever esse texto, pq já aconteceu muito isso comigo. De deixar de conhecer uma pessoa em função das minhas amarras sociais, de comportamento, do "não vou conversar com ela,pois o que será que essa pessoa vai pensar de mim se eu fizer uma abordagem a ela?". Tudo isso, fora esse ritmo mecanizado e naturalizado por um sistema, pelo modo de produção ao qual estamos sujeitos(eu acredito mais nessa hipótese, pois creio que a família e a sociedade está subjugada as vontades do sistema rs) nos faz tornarmos mais frios com amigos, com a família, com uma pessoa que acabou de sofrer um acidente e consigo. Enfim... mundo cinza, obscuro
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