domingo, 14 de abril de 2013

Eu preciso de ataques de lirismo e mais, muito mais!




"Então erguemos muros que nos dão a garantia
de que morreremos cheios de uma vida tão vazia...
erguemos muros..."

Eu devo estar ficando velha mesmo!! Porque hoje, depois de anos, com quase 26 anos estou aqui sentada, de frente pro espelho pensando: eu não preciso fingir, eu sinto! (e sorrio finalmente vulnerável e contraditoriamente sem medo!)
Depois de anos reprimindo o que sinto, depois de muitas caras orgulhosas, de muito fingir não só para os outros, mas pra mim mesma, que não... não me abalo, não ligo, não to nem ai, não caio, não me apaixono.
Depois de muito dar cabeçada na vida, de ver o tempo passar, olhar pra trás (não arrependida, mas com olhar analítico), vi que quero tentar mostrar, gritar ao mundo: sim, eu sinto!

As pessoas andam tão perdidas, não sabem se relacionar, não sabem demonstrar carinho, não dão o braço a torcer. Tanto mulheres quanto homens. Vejo isso em todo o canto, vi isso em mim por muito tempo: dizer que não, quando la dentro eu gritava sim, e dava uma paulada na nuca da vontade, da paixão que cega, isso a custo de que? De uma razão que não move, nem tão pouco acrescenta, só poda. Poda momentos em que deveríamos ser humanos, deveríamos sangrar, amar, chorar, abraçar, dizer que tem saudades, fazer cara de ursinho e pedir carinho...

Isso tudo não só sempre com medo do que podemos parecer para as outras pessoas, mas pra nós mesmos não admitirmos que vez ou outra não caminhamos pelas ruas racionais da nossa própria história!
Por muito tempo eu confundi orgulho com amor próprio. E isso é um erro terrível, castrador. E hoje tenho medo de continuar confundindo minhas paixões com jogos e competições, em que eu tenho sempre que me mostrar inteira ao meu oponente (oponente?), [afinal quem mostra que não tá nem ai hoje em dia, é aquele que sai por cima, que é forte...forte pra quem cara pálida?], cansei de ter muros em volta de mim, cansei de me manter firme o tempo todo, de fingir que não, de me controlar, controlar o que sinto em relação a tudo na vida.

Pra que tanto muro? Pra que fugir tanto? Pq fugimos tanto? Um com medo do outro, negando aproximações, afirmando situações sempre voláteis, sentimentos flutuantes... Nós perpetuamos o auto-engano com nosso comportamento medroso, isso já me assustou mto por um bom tempo, hoje sei que não quero mais isso pra mim, e que se dane quem não está na mesma sintonia.
Eu sou gente, eu sangro, eu sinto, eu quero, eu sonho, eu tenho vontades... eu não quero mais o que passa rápido, o que não posso pegar com as mãos, sentir no peito e sorrir abertamente. Hoje sei que é mto mais forte aquele que se envolve, abre o peito, diz que quer, abre a possibilidade de construção e encara os fantasmas e traumas, encara a multidão de orgulhosos e corre o risco de dar uma de bobão e vulnerável.

Vejo tanto as pessoas reclamando que hoje em dia tudo tem preço e nada mais tem valor, e ainda assim vejo pouquíssimas atitudes contrárias a essa afirmação, muita gente espalhando ilusão e pouco, quase nada de carinho verdadeiro, mãos estendidas, disposição de seguir caminhos de mãos dadas. Enganar é fácil sim, mas a vida da voltas e mais voltas e cada um de nós vai receber aquilo que dá ao universo (todos nós sabemos disso), e está na hora de tornarmos os laços um pouco mais valorosos, não acham? A gente aprende mais quando sabe que sente.

Eu não sei o que você pensa disso, mas cheguei a conclusão que eu era cega pra as coisas que a vida me oferecia pra sentir (seja espinho, seja flor), evitava caminhos, abafava gritos e usava a máscara do orgulhos pra viver de migalhas... Agora quero sentir, quero arder, quero pagar mico por amor, quero morrer quantas vezes for preciso, quero amar de novo, quero aprender, dar passos calmos, ser consciente, deixar rolar, apaixonar, desapaixonar, respirar, ter raiva, xingar, sorrir, ter duvidas, desabafar, procurar pra dizer o que sinto, mostrar pra vc, pra ele, pra ela e ser finalmente: humana!

Dizem que a vida é curta, então preciso que ela seja intensa!

Escrevi ouvindo Engenheiros, Muros e Grades, vale a pena ouvir :)


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2 comentários:

  1. Essa música, ahh Humberto, casa comigo? Eu não ligo que você já seja casado. kkkkkk

    Deixemos as minhas idiotices de lado pra falar do texto e PQP! que texto!
    Esse vai ficar ecoando em mim por um bom tempo. As máscaras que escolhemos para viver, mas por que fazemos isso? Qual o real sentido? Onde tudo isso começou? Que afirma com categoria que isso é mesmo um jogo? E por que não podem haver perdedores? Se todos ganham, então o amor perde? Muitas perguntas, que movimentam o pensamento, que fazem o olhar voltar-se para o interior e avaliar tudo que é feito, tudo que é ignorado e a custo de quê.

    Passaria horas aqui discorrendo sobre tudo isso, o assunto dá pano pra manga, deixo as palavras de lado e digo que um dia (E que não demore) Sim, eu sinto!

    Parabéns, Raquel, amei tudo, como sempre. rs

    Beijos.
    www.eraoutravezamor.blogspot.com > tem continuação lá.

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  2. Quanta perfeição em um Texto!

    -Acredito que aquele seu comentário no meu blog é referente a isso!
    -Fugimos de situações intensas (desagradáveis e até mesmo agradáveis);
    Temos medo de sentir, o amor de uma forma intensa. Temos medo do abandono e consequentemente temos medo de nos apaixonar.
    Lembrei de um trecho de uma musica (Você sangra pra saber que está viva).


    Ludi, tenho muito que aprender com você!

    ResponderExcluir

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