Duas da manhã

Quando vc estacionou o carro e paramos na escuridão olhando um pro outro, com uma fome que tenho certeza que não consumia só a mim... eu me inclinei no banco pra alcançar o seus lábios, seu pescoço, me aproximando cada vez mais até que sua mão agarrou minha nuca com força, bagunçando o meu cabelo e eu pude sentir o quanto aquele movimento te provocava.

De olhos fechados, colada em vc, sentindo o cheiro do seu perfume na sua pele quente, sua respiração ofegante tentando se conter no esfrega esfrega na minha orelha, sem nem perceber ja pulei do banco do passageiro para o seu colo, tão perto que ficamos quase plugados um no outro, senti então sua mão fazendo curvas, entrando em passagens estreitas e úmidas, tremendo quase que descontroladamente. Você abre seus olhos, afasta seus lábios dos meus (que já perderam a concentração e o rumo), só para o observar a minha cara entregue e corada, só pra se sentir dominador e me sentir derreter entre a suas mãos. E de repente uma explosão quente, uma pausa sem ar, seguida de uma busca desesperada por inflar meus pulmões, sentindo seus olhos grudados em mim, meus braços buscando vc...

Acordo sozinha na escuridão do meu quarto, vc não estava aqui, nem eu no seu carro, são duas da manhã de um sábado e meu inconsciente acusa uma saudade agressiva, lembrando do seu rosto, do seu toque. Era sonho. Estou só e literalmente na mão.

Me restam duas opções: pegar o celular e contar o meu sonho ou terminar a noite no banho sozinha.

Sou deveras orgulhosa pra te procurar depois de tanto tempo... =\

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